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Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade (Pv 5.18).

Entre todas as comunidades conhecidas, sabe-se que a existência do ser humano passa pelo nascimento, crescimento, formação, família (frutificação) e morte. Para a constituição de família e consequente procriação, o homem (geralmente) procura por uma mulher que lhe corresponda, passando pela famosa fase chamada de namoro.

Contudo, os tempos que vivemos têm verificado uma grande deturpação dos valores morais, o que leva muitos jovens, inclusive cristãos, a praticar o namoro e o noivado à margem da sua cultura e até mesmo dos princípios das Escrituras. Aliada a esta realidade, a título de exemplo, tem-se verificado a prática sexual antes do casamento, o alto índice de casais infelizes e divórcios!

Onde estará o problema? Não são poucos os casos, onde o problema pode ser detectado num namoro ou casamento que não tem os princípios da palavra de Deus como referencial de conduta. Aliás, a pós-modernidade trás de volta algumas filosofias, tais quais:

  • O hedonismo - Se é bom faça;
  • O relativismo - Não existe uma conduta moral universal;
  • O antinomismo - Todo tipo de regra, norma ou lei é repressão;
  • O humanismo - O homem é a medida de todas as coisas (Protágoras), portanto tudo deve ser feito a pensar no homem e na sua satisfação!

Tais filosofias, além de servirem de argumento para os cépticos e defensores do sexo livre, acabam por influenciar a vida de muitos cristãos, que deveriam exactamente exercer influência como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13 -14).

I – NAMORO E NOIVADO NA CULTURA DOS POVOS BÍBLICOS

A palavra “namoro” não aparece na narrativa bíblica (apenas enamorar em Ez 23.5,12,16,20, com a ideia de se juntar um amante, pressupondo traição), nem a ideia que ela transmite era visível na cultura do povo judeu pois, para eles dois jovens eram considerados noivos logo após o acordo feito entre seus pais ou após uma cerimónia ritual.

É óbvio que o modelo cultural dos povos bíblicos não serve para todos os lugares e ocasiões. O próprio modelo dos tempos bíblicos tornou-se impraticável em algumas culturas, visto que envolvia entre outras coisas:

  • Idade mínima de 12 anos para as moças e 13 anos para os rapazes (tradição rabínica).
  • Os pais escolhiam na maioria das vezes com quem seus filhos casariam (Gn 24.33-53; Gn 21.21; Gn 28.1 -2; Gn 28.8-9; Gn 34.4-6; Gn 38.6; Jz 14.2-3; Js 15.16; I Sm 8.17, etc.).
  • Havia o pagamento do dote "mohar"(valor simbólico) feito pelo pretendente aos pais da moça (Gn 29.15; 34.12).
  • Era costume casar-se com um parente (Gn 24.4; 28.2; 29.19; Jz 14.3, etc.), isso evitava transferência dos bens das tribos, como também influências negativas de práticas idólatras e imorais. Deve-se salientar que no interior da família, eram proibidos os casamentos com parentes imediatos (Lv 18 e 20).
  • Os "esponsais" ou "promessa de casamento", uma vez quebrados, eram passíveis de penalidades a(s) partes responsáveis (I Sm 18.17-19; 18.26-27), visto que o "noivado" trazia consigo direitos e obrigações quase idênticos ao casamento.

Entretanto, embora não existe um padrão universal para o namoro, noivado e casamento, não podemos deixar de observar os valores da nossa cultura e de aproveitar o que de útil tem a cultura dos povos bíblicos.

II – CONCEITUAÇÃO E DEFINIÇÃO DE NAMORO E NOIVADO

A fronteira entre namoro e noivado é muito ténue pois, de acordo a nossa praxe todo noivo é namorado, mas nem todo namorado é noivo.

O dicionário define namoro como acto ou efeito de namorar, galanteio, relação de namorados. Temos dito também que namoro é o compromisso entre duas pessoas do sexo oposto, cuja intenção é inicial é a de se conhecerem e se ajustarem.

Por outro lado, o noivado é visto como condição de quem é noivo (comprometido); período de tempo em que alguém permanece noivo de outrem. Ou ainda como condição de quem se comprometeu casar com outra pessoa, de quem está noivo; Compromisso de casamento entre duas pessoas (ex.: jantar de noivado); Período que decorre entre a oficialização desse compromisso e o dia de casamento.

O namoro, juntamente com o noivado (para o cristão), pode ser definido como um relacionamento entre duas pessoas de sexos opostos, baseado no amor, tendo por finalidade maior, a preparação para um casamento dentro da vontade de Deus.

É importante realçar que o noivado segue-se ao início da relação amorosa (namoro), onde se verifica uma maior responsabilidade, um compromisso mais sério.

De acordo a prática cultural em algumas partes de Angola, um homem só é considerado noivo após ter feito o pedido ou alembamento (festa grande entre as famílias do casal, com apresentação de Carta e pagamento do dote), sendo visto pela família da mulher como pessoa responsável e recebido como genro, com direito à mesa posta, jantar e roupa lavada. Daí que é considerado também como casamento tradicional. Isto significa que aquele que apenas fez Apresentação, o famoso “bate-portas” (que é um evento simples e simbólico) ainda não é noivo.

Apesar de mudar quanto a forma, o namoro e noivado em todas as culturas, devem moldar-se aos princípios da castidade, fidelidade, compromisso, respeito, verdade e amor.

III – QUESTÕES PRÁTICAS

  1. Quando começar a namorar? Quando se estiver pronto para enfrentar os desafios que uma relação amorosa e o casamento impõem. Isto implica terminar os estudos, ter um emprego, maturidade, etc.
  2. Com quem namorar? Crente namora com crente (2 Co 6.14-16) da mesma linha de credo e costumes (Nm 36.5-9). Imagine crentes de denominações e posições teológicas diferentes casando-se: no final de semana para qual igreja iriam? Batizariam seus filhos por imersão ou aspersão? Ensinariam seus filhos ou não sobre o baptismo com o Espírito Santo e os dons espirituais? Quais costumes adoptariam?

III.1 – Motivações erradas para se começar um namoro

Existem muitos jovens que não se dão bem no namoro ou têm um casamento infeliz, porque tiveram a motivação errada ao/para começar o namoro.

Aparência física, interesses econômicos, políticos e financeiros, imposição dos pais, influência dos amigos, desespero (impulsos sexuais, insegurança, etc.), não são bons motivos para namorar

III.2 – Como fazer a escolha certa?

Algumas questões precisam ser consideradas na hora de escolher com quem casar-se:

  1. Buscar a vontade de Deus, que envolve: Orar em toda e qualquer situação (1 Ts 5.17);
  2. Ter a Palavra de Deus como instrumento de análise das motivações para o casamento, como também do perfil de conduta do futuro cônjuge (SI 119.105);
  3. Analisar as orientações divinas em condições especiais, tendo cuidado de não usar a excepção como regra (Gn 24.10-14). Isso implica o cuidado com os “ungidos” que profetizam casamentos, muitas vezes por emoção;
  4. Usar o bom senso, e observar a conduta do(a) pretendente como filho (disposição para trabalhar, respeito aos pais, obediência, etc.). Geralmente bons filhos tomam-se bons cônjuges;
  5. Perceber as afinidades mútuas: valores e projetos espirituais (dedicação e vocação); valores e projetos pessoais (preferências gerais, filhos, trabalho, estudos, etc.); valores físicos (aparência, higiene, saúde, etc.).

Conclusão

O jovem cristão que inicia um namoro deve ter como propósito o casamento dentro da vontade de Deus, devendo para este fim tomar alguns cuidados, tais como:

O descompromisso ou "ficar" (Pv 5.18; Ml 2.1-14); intimidades físicas resultantes de tentações, supostas provas de amor, prova de virilidade, imprudência, carnalidade, etc. (I Ts 4.3-7); sexo pré-conjugal (Gn 2.24; I Co 7.9; 2 Co 11.2).

Você que é um jovem cristão precisa entender que um namoro e casamento fora da vontade de Deus só lhe trarão desgaste, sofrimento, frustrações e feridas difíceis de serem cicatrizadas. Vale a pena esperar e fazer a vontade de Deus!

Bibliografia

Bíblia Sagrada - versão digital, 6.7

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/noivado

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/namoro

Germano, ALTAIR. Reflexões: Por Uma Prática Cristã Autêntica e Transformadora. 2ª ed. AGN Gráfica, 2010

The Word® - Software de estudo e exegese bíblico - 2003-2015 - Costas Stergiou©

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Erycson Dilangue Dos Santos Tomás é Evangelista, Licenciando em Direito pelo ISPEKA e Bacharel em Teologia pela FATEMI, de Curitiba, Brasil. É Pregador, palestrante, articulista, ensinador das Escrituras e comentarista de rádio. Leccionando também nos cursos básicos e intermédio de Teologia, as disciplinas de Teologia do Ministério, Hermenêutica, Heresiologia, Epístolas Pastorais, Provérbios, Evangelismo, Discipulado, Missiologia, Língua Portuguesa Lidera o Centro Boas Novas, no bairro Zona Verde 3, Benfica, em Luanda, afecto à Assembleia de Deus Pentecostal, Ministério Kilamba Kiaxi.

Casado com a Diaconisa Manuela Tomás é pai de três filhas: Emília de Cássia, Orquídea Eli e Íris Armanda.

“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.” (Colossenses 2:8)

 

É comum ouvirmos ideias erradas sobre a Bíblia e Deus. Infelizmente, muitos crentes sinceros são enganados e, por ingenuidade, não conseguem perceber seu erro. Há pessoas que dizem que não existem pensamentos errados sobre Deus. Essas pessoas também afirmam: “o que importa é cada um praticar a religião com sinceridade. Não existe apenas uma verdade sobre Deus”.

Reflicta um pouco: se alguém, mesmo com muita sinceridade, lhe der um medicamento errado, você vai ficar bom?

I – ALGUNS FACTOS SOBRE DOUTRINA

  1. A Bíblia é dada para doutrinar (ensinar) (2 Tm 3.16-17);
  2. Temos que continuar na doutrina dos apóstolos (At 2.42);
  3. Os pregadores devem se dedicar à doutrina (1 Tm 4.13);
  4. Nenhuma doutrina falsa deve ser permitida (1 Tm 1.3);
  5. Nossa doutrina deve ser incorrupta (Tt 2.10);
  6. Temos que nos desviar/ separar da falsa doutrina (Rm 16.17).

II – PORQUÊ ESTUDAR SOBRE O PERIGO DAS FALSA DOUTRINAS

  1. Jesus alertou acerca de falsos ensinadores (Mt 7.15-17);
  2. Paulo alertou acerca de falsos ensinadores (At 20.29-30; 2 Tm 3.13; 2 Tm 4.3-4);
  3. Pedro alertou acerca de falsos ensinadores e disse que muitos os seguiriam (2 Pd 2.1-2);
  4. João alertou acerca de falsos ensinadores (1 Jo 2.18-20);
  5. Judas alertou acerca de falsos ensinadores (Jd 3-4).

III – ALGUMAS DOUTRINAS FALSAS COM QUE A IGREJA SE DEPARA

III.1 – O ensinamento falso que salvação é por graça mais obras

A Bíblia responde:

  1. A Bíblia diz que salvação é pela graça sem obras e que as obras seguem após a salvação (Rm 4.1-6; Ef. 2.8-10; Tt 3.4-8).
  2. A Bíblia diz que graça e obras não podem ser misturadas (Rm 11.6).
  3. Graça significa um dom gratuito. Salvação é chamada um dom 16 vezes no Novo Testamento. Se salvação requer algum tipo de obras, então não é verdadeiramente um dom (a palavra dom vem do Latimdonu e significa presente, dádiva). O dom de Deus é gratuito para o pecador porque Jesus Cristo adquiriu-o com grande preço através de Seu sangue e morte na cruz.

III.2 - O ensinamento falso que os bebés devem ser baptizados

A Bíblia Responde:

  1. O baptismo é somente para quem crê (Mc 16.15; At 8.36-38). Quando uma criança é crescida o suficiente para crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, então pode ser baptizada. Mas um bebé não pode fazer isto.
  2. Nenhum bebé foi baptizado no Novo Testamento. Alguns dizem que devia haver bebés em casa de Cornélio pois seus criados e amigos estavam presentes (At 10.24, 47). Pelo contrário, At 11.17 diz que aqueles que foram salvos e baptizados com Cornélio foram aqueles que acreditaram no Senhor Jesus Cristo. Obviamente estes não eram bebés.
  3. Consoante cada denominação, bebés poderão apenas ser apresentados/dedicados a Deus, conforme se fez com Jesus (Lc 2.27-33).

III.3 – O falso ensino sobre necessidade de comprar/usar coisas ungidas

Não se pode dizer que em algum momento Deus não pode usar alguma coisa, um objeto, etc. Mas não se deve dogmatizar e nem começar a se vender objectos ungidos como meios para o milagre. Porquê?

  1. Não existem bases neotestamentárias para a venda de objectos supostamente santos.
  2. A igreja primitiva não vendia coisas.
  3. Pedro também não vendeu e nem mandou distribuir e muito menos, temos indícios disso nas igrejas que os apóstolos dirigiam.
  4. Paulo não vendeu, não levou objectos ungidos nas suas viagens e nem mandava objectos junto com as suas cartas.
  5. João não vendeu e nem distribuía coisas às igrejas.
  6. Tiago não vendeu e nem distribuía coisas.
  7. Nos evangelhos, em Actos, nas epístolas e nem em Apocalipse temos textos que podem apoiar a distribuição e a venda de coisas ungidas.
  8. Às 7 igrejas da Ásia Menor não foram enviados objectos, mas cartas.
  9. A venda de objectos fere o princípio que diz: de graça recebestes, de graça daí. Mateus 10:8
  10. A bíblia diz que a fé vem pelo ouvir, não através de coisas. Romanos 10: 17
  11. A prática da venda de coisas supostamente sagradas nunca foi aprovada na história da igreja como algo bíblico; a igreja corrompida a praticou e os remanescentes condenaram.
  12. A reforma levantou-se contra objectos supostamente sagrados.
  13. Muitos servos de Deus que antes estavam nesta prática hoje em dia se arrependem e ensinam contra.
  14. Trazer coisas de Israel e dizer que tem algum poder ou que são especiais é absurdo e equivocado. João 4: 21-24
  15. Trazer coisas da Nigéria, Zimbábue, África do Sul e dizer que são especiais, é muita ignorância.
  16. Não se faz doutrina em um único texto.
  17. Não se faz doutrina em um texto mal interpretado.
  18. Não se transforma uma inspiração ou orientação circunstancial e particular em uma doutrina.
  1. 20- Deus não revela aglo contra os seus princípios, a sua Palavra e a sua natureza.
  2. O facto de um profeta na bíblia usar o sal não significa que deve tornar-se uma prática das igrejas, pois não existe recomendação para tal. E nem o mesmo profeta tornou essa prática um costume.
  3. O facto de Jesus usar uma vez a sua saliva ou lodo para curar não torna isso uma prática para a igreja. Nem ele mesmo tornou isto um hábito!
  4. Mesmo que as pessoas são curadas ou libertas, isto não justifica o uso ou a venda desses elementos.
  5. Jesus curava multidões, mas não vendia e nem distribuía coisas para curar ou libertar. Pelo contrário, ainda dizia “não contem a niguém!!
  6. As pessoas foram curadas com lenços e aventais, mas não se tornou um sistema e nem se vendeu. Ele não recomendou essa prática em outras igrejas.


Conclusão

As falsas doutrinas são como morte na panela. O veneno mata mais do que a fome. As igrejas que aderem às falsas doutrinas ou toleram as heresias para agradar as pessoas cometem um grave engano. Ainda que uma multidão aplauda o erro, ele não se torna verdade por isso. Ainda que o erro doutrinário seja popular, não edifica. Ainda que logre êxito aos olhos dos homens, não é aprovado pelo céu. As falsas doutrinas enfraquecem, adoecem e matam.

 

Bibliografia

Bíblia Sagrada - versão digital, 6.7

Reflexões de João Simplício

The Word® - Software de estudo e exegese bíblico - 2003-2015 - Costas Stergiou©

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia

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Erycson Dilangue Dos Santos Tomás é Evangelista, Licenciando em Direito pelo ISPEKA e Bacharel em Teologia pela FATEMI, de Curitiba, Brasil. É Pregador, palestrante, articulista, ensinador das Escrituras e comentarista de rádio. Leccionando também nos cursos básicos e intermédio de Teologia, as disciplinas de Teologia do Ministério, Hermenêutica, Heresiologia, Epístolas Pastorais, Provérbios, Evangelismo, Discipulado, Missiologia, Língua Portuguesa Lidera o Centro Boas Novas, no bairro Zona Verde 3, Benfica, em Luanda, afecto à Assembleia de Deus Pentecostal, Ministério Kilamba Kiaxi.

Casado com a Diaconisa Manuela Tomás é pai de três filhas: Emília de Cássia, Orquídea Eli e Íris Armanda.

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